NOTURNO

Noturno

As vidas fluem pelas ruas
Como as nuas estrelas do céu
Fugindo do alvorecer
Uma nuvem passa pela lua
Encobrindo a luz que a rua
Numa poça de água fez refletir
Um homem foge da sorte
(Bela sorte) só traz a morte
Sorte mesmo é não viver!
O céu é azul profundo
E esconde as chagas do mundo
Na placidez do luar.
Uma presença seminua
Trilha o asfalto da rua
Escondendo-se não sei do quê.
O céu, teto do mundo
A polidez do luar ao fundo
Existem por existir
É toda uma existência
Presa nessa incoerência
Que envolve o estar aqui.
As ruas, as estrelas brilhantes
A lua, as poças cintilantes
O homem fugindo de si
São deuses de vagos valores
Em meio às tantas dores
Que matam a inocência.
O homem é simples objeto
E mesmo quando completo
Nada de bom tem em si.
Assim passa a vida humana
Em uma turbulência insana
Em conflitos e solidão.
O homem foge do homem
A luz do alvorecer...
A vida quer abortar-se.
Tudo se mistura e se confunde
O céu azul à poça de água se funde
O asfalto ao seminu.
Tudo é desvario e agonia
A vida é tola fantasia
Que algum louco deturpou!
As ruas fogem sem graça
Quando no céu um brilho perpassa
E começa a amanhecer.
A lua procura seu ninho
O sol se põe a caminho
O seminu a correr.
De bulício se enche a vida
A rua é artéria concorrida
Até outro triste anoitecer...
Quem sabe o último, afinal?!

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