momento político

É uma vergonha que em pleno século XXI vivamos como no período feudal quando uma minoria desfrutava de privilégios e a massa da população trabalhava para propiciar-lhes o luxo e a ostentação em que viviam, sem se importar com a miséria que os rodeava. Eu não sei que tipo de pessoas são os nossos políticos. Só sei que a maioria deles deve "ser muito boa mesmo"; afinal, conseguem nos impingir uma vida de violência e dor e ainda assim, continuam no poder. Chega o período eleitoral e nos esquecemos de tudo o que fizeram de ruim. Parecem "santos" com seus sorrisos lavados e seus discursos estudados esmeradamente. Não nos enganam. Somos nós quem os perdoamos. Então, o que fazer? Talvez eles estejam certos. Nós somos os responsáveis por tudo isso. Qualquer que entrega sua vida e seu patrimônio nas mãos de pessoas sem idoneidade moral deve ter certeza de que será, no mínimo, roubado. É mais do que hora de nós, cidadãos brasileiros, tomarmos nas mãos as rédeas desse país se queremos ter algum futuro! Esse negócio de verba indenizatória é um crime cometido contra o tesouro nacional, contra o povo brasileiro. Para essa gente sem escrupulos é na verdade é "um excelente negócio!". E eles não vão abrir mão desses privilégios tão facilmente. Precisamos compreender que quem está no poder não legisla e nem governa contra si. O poder pelo poder. Esse é o lema deles. Somente o povo muda os rumos de um país. Espero que a grande nação brasileira acorde e entenda que é preciso vigiar de perto quem ela coloca no poder. Vigiar sempre. Exigir respeito, dignidade. Aliás, a constituição diz claramente: TODO PODER EMANA DO POVO E EM SEU NOME É EXERCIDO. Nós somos o verdadeiro poder.

farra das passagens pelos

20/04/2009 - 22h12
Com respeito às notícias veiculadas na mídia sobre os abusos cometidos pelos nossos parlamentares, em Brasília, quero dizer que é um absurdo e um crime inominável! Mas, não podemos esquecer que esses mesmos abusos estão acontecendo agora mesmo em TODO O BRASIL!!! Os prefeitos, vereadores, deputados estauais, governadores e todo o séquito de que dispõem usam e abusam do dinheiro público com a mesma voracidade e naturalidade com que se faz no congresso. É por isso que a população está a cada dia mais descrente com a política. Acabar com as cotas de passagens (melhor seria acabar com todas as cotas!), com os reembolsos talvez seja a melhor opção para começar a recuperar a imagem dos homens públicos brasileiros e fortalecer um pouco as instituições. Que bom que o Brasil é maior que tudo isso, e que o povo brasileiro é muito mais forte do que pensa. Mas, eu lamento o desperdício de tantas vidas que se perdem na fome, nas filas dos hospitais, na violência das cidades...

COMPLEXO SOCIAL

Complexo social

A mísera pobreza se robustece
Esmera-se em parecer atual
Incrustada no seio da metrópole
Um quisto social não extirpável
Como um câncer “bem comportado”
Que o doente odeia, mas suporta
Por comodismo ou falta de opção.
De suas localizações periféricas
Fornece a força do progresso
Que envaidece e enriquece a cidade
Esta mesma cidade que a abomina
Que teima em não perceber suas dores
Que fecha os olhos as suas feridas.
Por ruelas desnudas
De poeira ou lama
Escorre o suco comum às gentes humildes
Aliado aos demais resíduos do progresso urbano.
As janelas confrontam-se
Os barracos disputam seu espaço nem sempre ao sol
As cordas embandeiradas em cores profusas
À vezes escurecidas por falta de água
Os rostos magros, sujos
Abrigando bocas de poucos dentes
Os corpos esquálidos, quase sempre nus
Um certo cheiro de suor, amor e cachaça
Fazem juntos, das favelas do RIO
O caos da miscigenação humana.
Uma coisa, porém é pura, concreta
Na favela, dignidade humana
Nem sequer é um sonho noturno.
A dura realidade cotidiana
Não permite a essas pessoas viver
Muito menos dormir ou sonhar!

FALTA VOCÊ

Falta você

Sinto saudades de você
Do seu riso, do seu olhar
Do seu modo de falar
De como você me beijava.
Sinto falta de você
Da sua voz, da sua calma
Do seu jeito de vestir
E de me dizer as coisas...
Sinto falta do seu corpo
Dos seus medos, seus agrados
Da vida em seus suspiros
De nossas noites de amor!
Sinto falta da alegria
Do seu pudor inconstante
Da vida que tivemos antes...
Sinto falta de você.

SAUDADE

Saudade

Não posso vê-la agora
Estamos distantes nesse momento
E, ainda que voe, meu pensamento
Não a poderá encontrar lá fora.
Por entre muitas sensações perdidas
Na rota estrada enegrecida
Pela passagem do tempo
Voa célere meu pensamento.
A noite é fria, silenciosa e triste
O mundo é vasto em sua imensidão
Meu pensamento, como espada em riste
Corta a noite de minha solidão.
Por entre os morros, vales, campinas
Buscando a ti, meu pensamento voa
E, ao divisar-te pura luz divina
Dentro, em meu peito, uma voz ecoa.
Mas é saudade tudo quanto tenho
E a distancia não me deixa vê-la
Se em pensamento voando a ti venho
Que bom seria em pensamentos tê-la.

REFLEXÃO

Reflexão

Gostaria que tudo mudasse
Que os homens voltassem a sonhar
Que o ódio do mundo passasse
Que os povos pudessem se amar
Que a lua fosse dividida
Que os sorrisos voltassem a iluminar
Os rostos que hoje amargam a vida
Sem medo de se enganar.
Gostaria que o abraço fosse de união
Que a vida pulsasse atrevida
Que a morte, o medo, a solidão
Não fossem fantasmas na vida
Que o ódio dos homens acabasse
Que a dor nos esquecesse
Que o amor no mundo imperasse
Que a tristeza da vida morresse.

SOMENTE AMAR

Somente amar

Amar.
Isso resume o sentido da vida.
Só não sei porque as pessoas matam e morrem...
Não compreendo a existência do ódio
Nem de cada um dos sentimentos que produzem decadência
Até parece que o homem não nasce do amor.
Amar.
Com responsabilidade e total expressão.
Amar como os pássaros nos bosques, marquises...
Como o gado no pasto, como a natureza nos ama
Amar sem preconceito ou meio termo
Amar sem temer que o sonho finde ao amanhecer.
Amar.
Ainda que isso encerre uma vida.
Amar não é filosofia ou incoerência
Não é fraqueza de uns poucos, mas privilegio dos fortes
É estar consciente do que existe dentro de nós
Conhecendo os limites da realidade
E a extensão de todos os sonhos.
É sentir a certeza em cada esperança que nasce
É, acima de tudo, ser humano.
É ser homem como somente quem ama é capaz de entender.

NOTURNO

Noturno

As vidas fluem pelas ruas
Como as nuas estrelas do céu
Fugindo do alvorecer
Uma nuvem passa pela lua
Encobrindo a luz que a rua
Numa poça de água fez refletir
Um homem foge da sorte
(Bela sorte) só traz a morte
Sorte mesmo é não viver!
O céu é azul profundo
E esconde as chagas do mundo
Na placidez do luar.
Uma presença seminua
Trilha o asfalto da rua
Escondendo-se não sei do quê.
O céu, teto do mundo
A polidez do luar ao fundo
Existem por existir
É toda uma existência
Presa nessa incoerência
Que envolve o estar aqui.
As ruas, as estrelas brilhantes
A lua, as poças cintilantes
O homem fugindo de si
São deuses de vagos valores
Em meio às tantas dores
Que matam a inocência.
O homem é simples objeto
E mesmo quando completo
Nada de bom tem em si.
Assim passa a vida humana
Em uma turbulência insana
Em conflitos e solidão.
O homem foge do homem
A luz do alvorecer...
A vida quer abortar-se.
Tudo se mistura e se confunde
O céu azul à poça de água se funde
O asfalto ao seminu.
Tudo é desvario e agonia
A vida é tola fantasia
Que algum louco deturpou!
As ruas fogem sem graça
Quando no céu um brilho perpassa
E começa a amanhecer.
A lua procura seu ninho
O sol se põe a caminho
O seminu a correr.
De bulício se enche a vida
A rua é artéria concorrida
Até outro triste anoitecer...
Quem sabe o último, afinal?!

CONSTRUTOR

Construtor

Uso a caneta como uso o garfo
Sem maestria, sem elegância
Apenas a uso nas letras que traço
Compondo as palavras numa fantasia.
Sou leigo, teimoso, incansável
Descanso a pena
Persigo-a, sufoco-a
Mas deixo impresso no papel sofrido
Todos os meus sentimentos.
Não importa se a manha já rompe
Ou se a noite é escura ainda
Não me alimento de nada
Que não seja a emoção de escrever.
Tudo quanto preciso nesses momentos
É de paz, da sensação de poder transformar
Com um simples movimento do pulso
A dura realidade que nos persegue
Em rimas, em eventuais encantos
Em historias, às vezes, mal construídas
Como só eu sei fazer.
Nas quais não falta certo colorido
Porque sempre faço de contas
Que outro amanha virá
E com ele um pouco mais de vida
De esperança de prosperidade e paz!

ESPELHO

Espelho

Por quais razões quer saber
Se eu existo entre aspas
Se minha vida é casta
Regrada ou... Imoral?
Toda pessoa é santa
Traz dentro de si, de divino
Misto de homem e menino
E jamais sabe o que quer.
Entre tombos e risadas
Entre asfaltos e espinhos
Vai deixando nos caminhos
Pedaços de suas asas.
- Anjo?
- Qual nada. Louco.
Assim é o homem atual
Muito aço, muito pouco.
Por isso me deixa em paz
Se existir não é suficiente
Nunca mais me atormente
Espelho hipócrita,
Nunca mais!

TRANSFIGURAÇÃO

Transfiguração

Minha alma voa lépida, fagueira
Por entre as flores dos jardins do céu
Não há sofrimento
As lagrimas não molham meu rosto
Meu peito não mais estremece
Ante as injustiças humanas
Tudo que vejo é deleite, paz
Divina harmonia.
Jamais sonhei pudesse um dia
Vir a estar à sombra do descanso
Feito uma criança despreocupada
Sonolenta
A quem não importa o passar do tempo.
Há tanta calma nessa nova vida
Que não consigo relacioná-la à outra
Com seu burburinho
Com suas máquinas infernais!
Aliás,
De inferno, aqui, não existe sequer o nome
Tudo é perfeição, tranqüilidade, retidão.
Há muito verde, muitas coisas antigas
Coisas que o homem em vida destruiu.
Minha alma voa lépida, bailando
Por entre as flores dos jardins do céu!
Voa para seu descanso, manancial eterno
Qual borboleta voejando em despedida.
Sou agora a poesia que os anjos cantam
Sou mágica escultura dos dedos de Deus.

VIVER

Viver

Viver é conjugar verbos físicos
Em uma linguagem espiritual
Flexionando-os, cada pessoa
De uma maneira tal que ao fim da vida
Se alcance a satisfação
O prazer de deixar a quem fica
Uma nova lição de amor.
Viver é a magia que envolve o poeta
É a energia invisível do profeta
É a pureza divina das cores
É a certeza da continuidade
É um estado da alma
Mais que isso é a própria consciência de Deus.
Viver não é a luta diária pelo pão
Nem mesmo a luta em si é vida
Viver é uma passagem eterna
Onde, na terra
Encontramos a chave de uma porta
Pela qual o infinito nos chama a comungar
Viver é flexionar os verbos abstratos
Na dura lide cotidiana
É percorrer as lições da vida
Com pureza, com esperança
Com fé no momento seguinte
É alcançar a satisfação plena
É cultivar o sonho de chegar à perfeição
É resumir a morte
Porque a morte é a consagração de quem viveu.

TUDO PASSA

Tudo passa

Tudo passa nessa vida
Passam as horas, passa o tempo
Passa o sol, passa o vento
Passa a saudade de você, querida
Tudo passa lentamente
Quer seja a vida que temos
Ou mesmo as gentes que vemos
Aqui, nada há de permanente.
Até os nossos sonhos passam!
Passa a alegria, passa a graça
Passam no céu nuvens de fumaça...
Nossos medos também passam.
Tudo finda e recomeça
O sol se esconde, nasce a lua
Minha vida começa onde termina a sua
Tudo muda sem haver que o impeça.
A vida é sucessão de momentos
A gente nasce, cresce e morre
A gente anda, cai ou corre
Sem chegar e sem ter alento.
Tudo passa e continua
Passa o riso, passa a esperança
Passa a mocidade após a infância
Passam os carros pelas ruas.
A noite chega e à campa fria
Desce o homem em qualquer idade
No campo, subúrbio, cidade
Com tristeza e dor, sem fantasia!

EU AMO

Eu amo

Amo o verde, as flores
Os rios, as cascatas cristalinas
Amo seu peito de amores
Amante, mulher, menina.

Amo a verdade da paixão
O fogo que nela crepita
Incendiando meu coração
Numa explosão infinita.

Amo seu negro olhar profundo
Seus lábios feito carmim
Amo seus seios, corpo, cabelos

Amo os contrastes do mundo
E o universo sem fim.
Amo a Deus sem conhecê-Lo!

VOLÚPIA

Volúpia

Deixa-me cavalgá-la em meus sonhos
As asas soltas ao vento
Ao fluxo do pensamento
Nos versos que componho.

Quero beijar sua boca
Com a mesma ternura antiga
Com que a beijava, minha amiga
Murmurando palavras roucas.

São poucas as noites estreladas
Deixa-me, pois, cavalgá-la
Sobre o tapete da sala
No quarto dos fundos
No quintal.

Deixa-me apenas amá-la
Sem pensar no que há lá fora
Até que a noite vá embora
Deixa-me, pois, cavalgá-la.

ANÔNIMO

Anônimo

Quero apenas ser
A mim bastam: a paz
A alegria de fazer
De não esquecer jamais.
Não preciso de discurso
Dicionário ou receita
Minha vida é um percurso
Por ruelas muito estreitas.
A ilusão pinta o futuro
A paisagem em derredor
Sou um vivente prematuro
Gerado sem nenhum amor.
A mim bastam: a certeza
A fé, a força, a vontade
A graça, o sonho, a sutileza
Traços da minha insanidade.
Tudo é pouco e é tanto!
Nos braços da contradição
Sonhos de morte são acalantos
Enfeitando a solidão.
Eu sou o ramo ressequido
De algum velho espinheiro,
Sou o botão concebido
Pela força do jardineiro,
Sou a vida que flui serena
Por entre as pétalas de uma flor
Sou pequena parte de uma cena
Na encenação do amor.
Também sou a morte antiga
A dor, a gozação, o grito
Sou a explosão magnética contida
Na anônima comunhão do infinito!

RETICÊNCIAS

Reticências

Não há espaços sem limites
Nem infinito sem começo
Não existe dor sem origem
Nem coração que nunca sofreu.
Tudo é continuidade
Como a própria vida da gente
Que em um dia morre
E no outro ressurge do nada.
Não há razão que seja lógica
Porque a lógica da razão não existe
Tudo é simples regra matemática
Que por sua vez se torna exceção
E como toda exceção foge à regra.

A vida é como um pássaro que voa
Tudo é pequeno no infinito universo
Quem poderá determinar a razão de tudo
Se ninguém conhece sua própria razão?
Nenhum homem encontrou sua origem...
Nas razões do homem tudo é transitório
A vida é efêmera, ilusória
O amor é o néctar que ameniza nossas dores
Tudo o mais é passageiro, sem razão de ser.
O homem é como o vento, não se pode prender
Mas se ele pensa que está forte e fixado
Então morre e passa com sua memória.

Não há espaços sem limites
Não existe vida sem começo
Nem a morte é o fim de tudo.
O importante é exercitar o amor.

SEM VOCÊ

Sem você

O beijo com que sonho
No abraço que desejo
No verso que componho
No horizonte que almejo
O sol, a lua, a poesia
A noite, o amor, a fantasia
O morno aconchego, o regaço
O sono, a paz, o espaço
Não existem
Nem são importantes
Sem você.

O amanhecer ensolarado
A praia de areias quentes
Os rostos sorridentes das gentes
A vida, esse mundo encantado
Cada coisa vem e passa
Também passa a alegria
E tudo fica sem graça
A terra toda fica vazia
Se eu não tenho você.

EFÊMERO

Efêmero

Uma bomba H
Um míssil
Uma mina
Uma cidade
Uma vida
Uma sina
Uma guerra boba
A destruição.

Para quê matar
O que já não é perfeito?
O próprio homem
Se extermina
Em sua lide diária
Na busca do pão.
Cedo morre no leito
Sem de guerras necessitar.

Uma bomba H
Um míssil
Uma mina
As árvores nuas
Na esquina
Testemunham mudas
A destruição.

FAVELA

Favela

É na favela
Antro de desgraças
Que a vida passa
Sem saber pra quê
Cada criança
É uma negra infância
Que a miséria
Logo faz morrer.
Entre os barracos
Escorrem vadias
Todas as virtudes
Sem se aperceberem
Da própria sina
Pobre, feia, maltrapilha
Como filhas rejeitadas
Precisam se esconder.
É na favela
Que restos marginais
Da raça humana
Desgrenham-se loucos
Na busca do pão.
A mesa pobre
Os pés descalços
O dormir no chão.
As valas negras
São veias na favela
E em cada panela
A miséria na mão.
Os rostos esquálidos
Sorrindo da vida
A carne sofrida...

O ser humano é vão.

SIMPLICIDADE

Só há virtude
Em dividir o pão
Que amarga a boca
Que corrói a vida
Se na desgraça
Miseranda sorte
O pão da vida é ganho
Com a própria morte.

Mas há prazer
Em desfrutar o riso
Que dentes feios
Careados
Constroem
Porque
O espírito sofredor
Do homem comum
Enfeita
Com sua resignação
A face da miséria.

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