COMPLEXO SOCIAL

Complexo social

A mísera pobreza se robustece
Esmera-se em parecer atual
Incrustada no seio da metrópole
Um quisto social não extirpável
Como um câncer “bem comportado”
Que o doente odeia, mas suporta
Por comodismo ou falta de opção.
De suas localizações periféricas
Fornece a força do progresso
Que envaidece e enriquece a cidade
Esta mesma cidade que a abomina
Que teima em não perceber suas dores
Que fecha os olhos as suas feridas.
Por ruelas desnudas
De poeira ou lama
Escorre o suco comum às gentes humildes
Aliado aos demais resíduos do progresso urbano.
As janelas confrontam-se
Os barracos disputam seu espaço nem sempre ao sol
As cordas embandeiradas em cores profusas
À vezes escurecidas por falta de água
Os rostos magros, sujos
Abrigando bocas de poucos dentes
Os corpos esquálidos, quase sempre nus
Um certo cheiro de suor, amor e cachaça
Fazem juntos, das favelas do RIO
O caos da miscigenação humana.
Uma coisa, porém é pura, concreta
Na favela, dignidade humana
Nem sequer é um sonho noturno.
A dura realidade cotidiana
Não permite a essas pessoas viver
Muito menos dormir ou sonhar!

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