BRASIL: UM PAÍS DE TODOS


Todos os noticiários dão conta do momento incomum pelo qual estamos passando e, parece que, afinal, parte da população resolveu despertar do sono democrático e desfraldar as bandeiras da moralidade, da dignidade e da transparência.
Esse é o sonho de todos nós: um país sério, respeitado, com instituições sólidas e governantes e legisladores comprometidos com projetos nacionais; sem as mesquinharias próprias das ambições pessoais, partidárias ou setoriais. Um país para todos!
Entretanto, desde que a República pós-governo militar se estabeleceu o que se vê é um crescente de corrupção e abandono dos projetos de desenvolvimento nacional em prol do capital especulativo, das grandes corporações, e de grupos de apadrinhados político que se agarram as tetas do tesouro nacional aproveitando-se da nossa omissão ou descaso. Com isso, o país afunda em uma crise de identidade sem precedentes. É visível o desprezo da população pelo exercício do poder político, pelos detentores de mandato eletivo, pelos governantes, todos alinhados no mais baixo nível da estima nacional. Até o judiciário que já foi considerado baluarte da democracia, instância suprema da esperança desse povo gentil, está desacreditado.  A visão de alguns de seus proeminentes membros (muitas vezes tendenciosa ou incompreensível a nós leigos) na defesa do direito de quem aos nossos olhos não deveria ter direito algum, associada à aplicação da justiça de maneira diferenciada tem produzido efeito devastador no seio da sociedade.  Estamos vivendo um período do “salve-se quem puder”. Pois ninguém mais tem a quem recorrer.
O poder público estertora diante das tragédias e violência mostrando despreparo para situações para as quais deveria estar preparado. A justiça vende sentenças. O Congresso capitula diante de um governo que lhe exige subserviência em troca de favores pessoais, políticos e financeiros. Até a voz da oposição está calada. Não há quem proteste com argumentos sólidos ou com voz firme. O povo brasileiro está sozinho. Nosso barco navega a esmo no mar da covardia levado pelo vento da publicidade institucional na esperança de chegar a algum porto seguro, se Deus nos ajudar.
A imprensa tem cumprido seu papel de alertar, divulgar e chamar a atenção para os fatos acima descritos. Porém, até ela tem seus limites. Mesmo assim tem conseguido provocar em alguns cidadãos um sentimento de dignidade quase morto e sepulto na maior parte da população. Além de não deixar morrer a esperança de dias melhores.
Ver que o crime compensa e recompensa; e que sua prática, muitas vezes, transforma o cidadão comum em notório mudou o conceito de justiça que construímos ao longo dos anos. Isso é mau. Isso leva à decadência moral e política, à desconstrução do sentimento de democracia e propicia o surgimento de conflitos sociais, pela valorização das individualidades, e aumento da violência.
Onde está a oposição? Onde estão os políticos eleitos com essa bandeira? Porque não saem de seus gabinetes em defesa da nação brasileira? Onde estão nossos intelectuais que não mais se pronunciam? Será que todos estão satisfeitos com essa situação? Porque não ouvimos propostas alternativas? Será que ninguém tem o que dizer? O atual governo tornou-se absoluto, supremo ao ponto de congregar todas as correntes ideológicas em torno de si?  “Toda unanimidade é burra” Disse uma grande personagem brasileira.
Ainda bem que alguns bombeiros do Rio de Janeiro deixaram de cumprir suas funções para incendiar e desorganizar essa organização que se assenhoreou do poder público. Porque o que eles fizeram tem servido de estopim para provocar um movimento popular de resgate da dignidade. Pena que a “faxina” está sendo feita seletivamente.

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