Favela
É na favela
Antro de desgraças
Que a vida passa
Sem saber pra quê
Cada criança
É uma negra infância
Que a miséria
Logo faz morrer.
Entre os barracos
Escorrem vadias
Todas as virtudes
Sem se aperceberem
Da própria sina
Pobre, feia, maltrapilha
Como filhas rejeitadas
Precisam se esconder.
É na favela
Que restos marginais
Da raça humana
Desgrenham-se loucos
Na busca do pão.
A mesa pobre
Os pés descalços
O dormir no chão.
As valas negras
São veias na favela
E em cada panela
A miséria na mão.
Os rostos esquálidos
Sorrindo da vida
A carne sofrida...
O ser humano é vão.
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