REFORMA ELEITORAL II

Quanto a reforma eleitoral ora proposta, com o sistema de voto em lista, concordo com a tese de que algum dia aperfeiçoará o sistema eleitoral brasileiro. A questão é: será que as oligarquias partidárias não resistirão a abrir mão do poder que abocanharam ao longo de décadas?
A resposta me parece óbvia.
Que a reforma é necessária, não há dúvidas. Mas, porque não começa-la pela extinção do voto obrigatório? O pior instrumento do sistema atual é a obrigatoriedade do voto. Ela inibe o eleitor. Impede-o de escolher ou pelo menos influencia sua decisão porque, sentindo-se obrigada, a maioria dos cidadãos vai às urnas apenas para não ser punida, para não perder direitos civis que possam ser necessários em algum momento futuro. É o caso dos servidores públicos e de quem pretende prestar concurso para o serviço público. Não estando em dia com as "obrigações eleitorais" estão automaticamente impedidos.
Em minha visão de cidadão comum o voto obrigatório não pode ser um instrumento da democracia. E com o modelo atual ou com outro modelo qualquer, o sistema eleitoral brasileiro precisa do voto livre, secreto, direto. Aí sim, o cidadão vai se sentir valorizado e os candidatos precisarão mostrar um mínimo de idoneidade moral para merecer cada voto. Aproveito o ensejo para propor que se faça uma consulta popular para saber se o povo brasileiro quer o fim do voto obrigatório ou não. Afinal, o poder pertence ou não ao povo? Se pertence porque não deixar que ELE decida, como foi feito com a questão do presidencialismo e parlamentarismo? Vamos ouvir a voz do povo! Essa precisa ser a prática democrática, constitucional, habitual.

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