ESTADO VORAZ X CIDADAO DESILUDIDO


É duro ver como o Estado Brasileiro cada vez mais vorazmente se apropria dos bens dos cidadãos. Seja com aumento de impostos e taxas ou criação de novos impostos tais como CPMF, (seja lá que nome vão lhe dar após a ressurreição!) e agora o imposto sobre os ganhos da caderneta de poupança. Não importa se a maioria da população não tem cinqüenta mil reais guardados nela; o que vale é que ela, a caderneta de poupança, atravessou décadas de turbulências na história do Brasil sem nunca deixar de financiar projetos sociais. E a segurança dos poupadores sempre foi a garantia de que o governo não mexeria nos seus rendimentos, mantendo uma carteira de clientes fiéis e confiantes em regras consolidadas ao longo de muitos anos.
Agora, esse governo democrático, legitimamente eleito pelo povo e oriundo da classe trabalhadora vem propor a taxação dos ganhos da caderneta de poupança. Não sei qual justificativa ele tem para tal ato, uma vez que a arrecadação nacional cresce ano após ano e, se nesse ano de 2009 houve alguma queda, não será tributando a caderneta de poupança que o governo encontrará saída.
Como brasileiro e cidadão comum que sou, e trabalhador fico estarrecido com o apetite voraz do Estado brasileiro sempre pronto, feito uma ave de rapina, a arrancar de cada um de nós até o que não temos.
Não importa que nome se dê àquilo que eles chamam de contribuição, nem tampouco as desculpas para criá-las. É uma vergonha que em um país onde milhares de crianças perambulam pelas ruas das grandes cidades (e até em algumas do interior) sem ter quem as socorra, onde grande parte da população não tem saneamento básico, onde milhões de idosos e aposentados sofrem nas filas dos postos de saúde e hospitais, onde quase todo o contingente de jovens não vê futuro profissional por falta de políticas públicas de geração de emprego e qualificação para pessoas de baixa renda, onde milhares de pessoas morrem atingidas por balas perdidas, vítimas da violência urbana desenfreada ou vítimas de graves acidentes de transito por falta de condições de dirigibilidade da malha viária brasileira, é uma vergonha, repito, que o Estado só pense em aumentar a carga tributária! E esse governo, mais que qualquer outro deveria zelar pelos direitos do cidadão comum para mantê-los intocáveis. Afinal, para isso ele foi eleito. Além do que, penalizar o povo trabalhador por seus gastos excessivos ou fazer o cidadão pagar a conta da corrupção e dos desvios cometidos em cada um desses anos é, no mínimo, injusto.
O que o Estado brasileiro precisa fazer é desonerar as pequenas e médias empresas, facilitar o crédito para esses empreendedores e criar benefícios fiscais para criação de novas empresas fora dos grandes centros de maneira a desinchar as cidades e fixar o trabalhador em seu lugar de origem. Expandir a capacidade produtiva e melhorar o produto final através da qualificação da mão-de-obra. Essas são formas simples de produzir riquezas e aumentar a arrecadação. Tamanha ousadia e iniciativa, sim, seriam dignas de aplauso e reconhecimento da história.

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