Estamos órfãos de esperança.
Por isso, proponho uma
reflexão séria sobre alguns fatos políticos, sociais e econômicos que vivemos
nos últimos anos.
Temos visto eleição
após eleição, os mesmos discursos (maquiados, coloridos, remodelados) repetidos
exaustivamente com a única finalidade de enganar o cidadão menos avisado e
manter o controle do poder político e econômico nas mesmas mãos.
Quando pensamos que
conseguimos construir alguma coisa boa, percebemos que perdemos outras coisas
tão ou mais importantes como saúde, juventude, filhos, a própria vida.
Não há esperança onde
reina a corrupção e a injustiça.
Temos sido escravizados
por todos esses anos, sem nos dar conta.
Embora se fale em
liberdade e democracia o que vivemos é uma escravidão branca, com uns poucos
milionários e alguns grupos econômicos dominando uma multidão de quase duzentos
milhões de pessoas. O limite da liberdade que temos é o limite das nossas
possibilidades financeiras. Mas, quantos de nós, por mais esforço que façamos consegue
enriquecer? Somos um país de pobres governado por milionários. E, o mais grave
de tudo: a maioria deles ficou rica com os frutos do nosso trabalho, com os
impostos e taxas que pagamos ao Estado.
Tratam-nos como lixo.
Servimos apenas para trabalhar e gerar a riqueza que alimenta seu luxo.
Sugam-nos a mais não poder; e quando já estamos à beira da miséria total, nos
acenam com benefícios paternalistas associados aos seus nomes, aos seus
governos como se as benesses distribuídas não viessem do Tesouro Nacional; ou
seja: de nós mesmos.
Enquanto nossos
governantes bancam os senhores feudais, encastelados nos palácios, nossas
esperanças de futuro vão morrendo entre as vielas das favelas, sob o impacto
das balas perdidas, nas filas dos hospitais, sob a violência das ruas.
O Estado brasileiro
está podre, quebrado, sem rumo, como nós mesmos. Para onde vamos? Nenhum de nós
sabe a resposta.
Não adianta nos
fecharmos em condomínios, em carros blindados, atrás de grades. A violência e a
miséria estão tão grandes e disseminadas que atingem a todos e em qualquer
lugar. Não há rua segura. Não há cidade segura, mesmo no interior do país. Não
há casa segura. Não há lugar seguro.
A corrupção generalizada
e as injustiças transformaram a fisionomia da sociedade. A descrença e o
ceticismo tomaram conta do Brasil. Os valores foram invertidos de tal modo que,
quem comete crime é inocente e, quem é inocente, apodrece na cadeia. Tudo é
questão de ponto de vista, de corporativismo.
Qual o futuro de um
povo que tem seus filhos tomados pelo tráfico de drogas, pela desesperança,
pela certeza de que uma vida rápida com alguma de glória é melhor do que toda
uma vida de trabalho árduo para não chegar a lugar algum?
Qual o futuro de um
país que abandona seus velhos quando estes mais precisam de ajuda?
Até quando vamos perder
nossos parentes para a violência, seja ela qual for, venha de onde vier?
Precisamos acordar!
Esse país é o nosso lar e não podemos deixar os bandidos tomarem a nossa casa
sem reagirmos à altura. Temos o direito de lutar e o dever de defender nossa “trincheira”
com o vigor necessário.
Precisamos resgatar os
valores morais, o sentimento pátrio, a dignidade dos cargos públicos, o
respeito às leis antes que a anarquia se estabeleça.
Estamos caminhando para
o caos.
Precisamos fazer alguma
coisa antes que seja tarde demais.
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