UM JANEIRO DE CHUVAS, NOVAMENTE

As chuvas estão castigando o Brasil. É fato. Alagamentos, deslizamento de encostas, rios transbordando, pontes sendo arrastadas pela força das águas, estradas interditadas, gente morta, gente desabrigada, gente que perde tudo, gente que ganha dinheiro com a desgraça alheia...

Pode parecer notícia nova, mas não é.

Todos os anos, as manchetes dos jornais nos mostram esses fatos. O que houve com o morro do Bumba, com Santa Teresa, com Nova Friburgo, com Teresópolis, com a baixada Fluminense, com as cidades do interior de Minas Gerais, com os Bairros de São Paulo que foram inundados de desgraças nos dois últimos anos? O que os governos, nas três esferas do poder, fizeram de efetivo por toda essa gente sofrida que perdeu casas, carros, móveis e o maior de todos os bens: seus entes queridos?

Palavras. Discursos e fisionomias compungidas. Foi tudo o que deram como resposta. Além disso, só um rombo nas contas públicas por conta das “urgentes necessidades de socorro a população”. Sim, no Brasil qualquer obra pública custa muito mais caro do que em qualquer outra parte do mundo. É o custo Brasil: uma propina aqui, uma comissão ali e, aos poucos, se chega a valores estratosféricos para qualquer caminhão de concreto ou manilha. Enquanto o povo... “Esse, é apenas um detalhe”.

De tal modo não se faz as coisas que é preciso gastar somas altíssimas com propaganda. É muita maquiagem para as caras-de-pau dos nossos políticos. São muitos microfones e papel pagos, às vezes indiretamente, outras não, com o dinheiro do contribuinte... Tudo para mostrar obras que nunca sairão do papel, destinos de recursos públicos que ninguém fiscalizará, investimentos que jamais serão concluídos. De objetivo mesmo só o enriquecimento fácil de grupos de oportunistas que se beneficiam do suor e sangue do povo brasileiro. Esses estão sempre presentes nas catástrofes. Se pudessem dariam uma mãozinha à natureza para potencializá-las com a única finalidade de obterem mais lucros. Desgraças são um grande negócio!

Precisamos acordar. O país está enveredando por um caminho sem volta; a estrada da corrupção está aberta e o trem da alegria do “vamos levar vantagem em tudo” parte a todo instante. Nenhum de nós sabe, com certeza, onde vai parar o dinheiro que o Estado nos toma sob forma de impostos, taxas e contribuições. Nenhum de nós tem condições de, efetivamente, exigir prestação de contas aos governos. Mas todos nós sabemos de onde sai todo esse dinheiro arrecadado: das nossas vidas que a cada ano que passa perde um pouco mais do valor. Quando temos automóvel não temos boas estradas para trafegar, e isso nos causa mais despesas de manutenção e pode nos custar a vida em um acidente; se viajamos em transporte coletivo público temos de nos submeter às precárias condições que as empresas concessionárias nos impingem; se compramos um bem de valor precisamos ter cuidado, afinal a violência é crescente em todo o país e o Estado é ineficiente em nossa proteção; se precisamos de saúde temos de pagar um seguro caro que nem sempre nos atende, ou procurar a rede pública com profissionais mal pagos e descontentes com as condições de trabalho e que, certamente, não poderão nos oferecer aquilo que temos direito em troca dos altos impostos que pagamos; se acontece uma catástrofe como a que hoje vemos nos jornais precisamos recorrer a DEUS que é imparcial e não precisa da presença de emissoras de rádios e TV’s para fazer o bem. Os homens públicos precisam. Eles não querem saber do sofrimento das pessoas. Querem saber do lucro eleitoral que suas atitudes podem lhes render. Por isso, as desgraças são um bom negócio. Um excelente negócio.

Abramos os olhos. A verdadeira democracia está em um país soberano com um povo bem informado e atendo às ações do Estado e do governo. Não podemos fechar os olhos aos desvios de conduta, aos desmandos, à corrupção pensando que fazem parte do processo democrático. Não é verdade. “Uma maça podre estraga todo um cesto”. Diz o velho ditado. Enquanto não acordarmos estaremos sujeito a muitas outras desgraças além das enchentes que estão castigando Minas Gerais e as várias cidades do Estado do Rio de janeiro.

Democracia e liberdade andam junto com responsabilidade.

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