FELIZ PÁSCOA

Esse é um bom momento para fazermos uma reflexão sobre o que é fé, amor e persistência. A páscoa original significa união, fé, coragem, força e visão objetiva para construir um futuro. Essa é minha esperança...! Desejo a todos uma feliz páscoa.

UM POUCO DE POESIA


“A dor que me afeta não é a física, da fome. Não é o estertorar da morte, nem o pânico; é uma dor secreta, inconsciente, forte, abrigada desde cedo no fundo do meu coração. É uma dor que sufoca, que magoa e desatina; que torna tudo cinzento, frio, sem sentido... É uma dor clandestina, chamada solidão.”

FÉ E RELIGIÃO

“Não é a fé que professamos que nos torna diferentes dos outros homens; é a forma como se pratica a religião. A fé aperfeiçoa o caráter, melhora a personalidade e conduz a vida. A religião, com suas implicações políticas e financeiras, leva à intolerância, ao ceticismo, à fornicação, às deturpações do homem primitivo, pura essência de Deus.”

07 de abril de 2011 -UM DIA PARA NÃO ESQUECER

Quero deixar registrada minha tristeza e dor pelo assassinato das crianças dentro de uma escola na cidade "maravilhosa". A bestialidade do ato é exponênciada pela fragilidade das vítimas. O local do ocorrido, uma escola, nos dá a dimensão da insegurança que nos ronda. Podem dizer que foi um surto psicótico que acometeu uma pessoa comum e que isso pode acontecer em qualquer lugar do mundo; como de fato já aconteceu. Entretanto, para nós que vivemos cerceados pela violência diária, é apenas a constatação de que nem mesmo nos lugares mais improváveis temos nossos direitos respeitados, ou garantidos. O Estado brasileiro parece incapaz de promover a segurança que precisamos para construir o futuro. A sociedade brasileira parece fecunda na produção de indivíduos capazes de transgredir as regras quer sejam sociais, morais, jurídicas...  Deixo a todos uma pergunta: qual futuro nos aguarda?

A POLÍTICA DOS NOVOS CORONÉIS


Nada mais apropriado nesse momento do que refletir sobre o golpe de 64 e os posteriores anos de governo militar. Por mais de duas décadas o Brasil viveu sob um manto escuro onde tudo podia acontecer; desde uma prisão por vadiagem até seqüestro, tortura e morte de qualquer um dos seus cidadãos, sem que para isso fosse necessário ordem judicial, ou outro instrumento jurídico. A legalidade estava nas mãos dos agentes públicos, fossem eles general, delegado ou até mesmo um guarda municipal. Qualquer de nós podia ser transformado em “subversivo” de um instante para o outro e ser caçado dia e noite, em casa e nas ruas do país como um inimigo asqueroso e digno de morte. No auge desse período tenebroso as pessoas tinham receio de sair à noite e, mesmo durante o dia as palavras eram medidas, as ações cautelosas, os olhares cheios de temor e suspeita. Não havia liberdade. Havia insegurança quanto ao futuro e a preocupação de não cair “nas mãos do governo”. Nada poderia ser pior.

Hoje temos liberdade para protestar, para dizer o que queremos, para votar e sermos votados. Talvez por isso tenhamos nos esquecido das muitas pessoas que foram presas e nunca mais apareceram, das que morreram nos porões das delegacias vítimas de tortura, dos pais sem filhos e dos filhos sem pais... Herança de um tempo que será melhor deixar no passado. Um passado recente e dolorido sobre o qual temos de construir algum futuro.

Quem de nós viveu está época? Quem ainda lembra as pressões sindicais da década de oitenta, as greves, a resistência civil, a campanha por eleições diretas onde Ulisses Guimarães e Tancredo Neves juntos com um sindicalista chamado Lula tiveram papéis fundamentais? Quem ainda lembra os milhões de pessoas de todos os rincões do país que saíam em praça pública pedindo eleições livres e diretas? Quem lembra os sacrifícios e a dor desse país para chegar ao dia de hoje com um Congresso eleito pelo povo, com prefeitos, governadores e presidente eleitos por sufrágio universal? Quem lembra o pânico que se abateu sobre todos nós quando Tancredo Neves, presidente eleito indiretamente, morreu? Temíamos um novo período de regime fechado, uma retomada dos anos setenta. Mas, isso não aconteceu. Graças a Deus! Não sabemos a que custo, é verdade.

Depois de todo esse sofrimento e de termos, afinal, chegado a um bom estágio democrático com instituições consolidadas, vemos um cartel de políticos, empresários e espertalhões querendo implantar um novo modelo de ditadura: a dos partidos políticos ou, dos “neo-coronéis”. Porque é isso que são: coronéis modernizados. Hoje usam outras armas, os fins, porém, são os mesmos. Querem manter as rédeas do poder firmes em suas mãos e, para isso não medem nem poupam esforço.

Digo tudo isso a propósito da reforma eleitoral em apreciação no Congresso. Há uma inclinação por parte dos maiores partidos políticos (onde estão os campeões de voto) para instituir o voto em lista para deputados e vereadores. Isso não é mais do que um artifício para tirar do cidadão o direito de escolher seus candidatos. Por esse tipo de eleição nós votaremos em um partido e não na pessoa que queremos para nos representar. Quem escolherá os eleitos será o partido político (leia-se o dono do partido, o manda-chuva do partido). Ou seja, voltaremos ao modelo eleitoral dos tempos da ditadura. Só que agora com letreiro de democracia pregado na fachada.

Dizem que é preciso reformar a Lei Eleitoral. Concordo. É preciso acabar com os suplentes de senador, com as possibilidades de coligação nas eleições proporcionais e também com o fórum privilegiado e com a impunidade.

Uma das maiores aberrações do nosso sistema eleitoral é a figura do suplente de senador. Não é preciso ter voto para ocupar uma cadeira nessa casa. Basta ser parente ou muito amigo de um candidato de renome no Estado. O candidato ao Senado tem direito de escolher dois suplentes para compor a chapa. Ele, que não é bobo escolhe o pai, a mulher, o filho e assim por diante. Se precisar se ausentar da função essa pessoa desconhecida e sem voto ocupará sua cadeira até sua volta, se voltar; ou, continuará exercendo o cargo até o fim do mandato. O certo seria dar a vaga, em caso de ausência do titular, ao seguinte mais votado. Isso é mais democrático e mais correto aos olhos do cidadão comum.

Outra coisa que deveria ser mudada é o fato de as cadeiras serem “cativas” dos eleitos até o fim do mandato, no Senado, na Câmara Federal e nas câmaras municipais, bem como nas Assembléias Legislativas. O certo é o senador, deputado ou vereador renunciar ao cargo antes de ocupar função em outras instâncias do poder. Quem quer ser ministro, secretário ou qualquer outra coisa tem de abrir mão da cadeira para a qual foi eleito.  Isso evita o acúmulo de poder político e diminui a possibilidade de corrupção, pois limita o troca-troca de favores entre o legislativo e o executivo.

Do mesmo modo, as coligações partidárias nas eleições proporcionais precisam ser exterminadas, dada sua característica nociva ao processo eleitoral. Os únicos beneficiários das coligações são os grandes partidos e os dirigentes dos partidos pequenos. Os primeiro ganham votos carreados dos candidatos sem chance de eleger-se. Os segundos ganham polpudas quantias para montar as “nominatas” eleitorais e gastar sem compromisso e sem prestar contas a ninguém.

Que é preciso mudar algumas coisas na Lei Eleitoral não há a menor dúvida. Entretanto, essas mudanças não podem tirar do cidadão brasileiro direitos constitucionais conquistados com o suor e o sangue de muitos dos nossos irmãos que trabalharam e lutaram, literalmente, para nos deixar tal legado.

O Congresso Nacional tem a prerrogativa de exercer o poder em nome do povo brasileiro; mas  sempre que preciso deve consultar toda a nação para orientar suas ações. Mudanças como as que eles pretendem devem passar pelo crivo popular. Um plebiscito deveria ser convocado para opinarmos sobre o que queremos. Afinal, o poder não pode ser exercido de cima para baixo, em benefício de uns poucos ou de grupos. Isso não é democracia: é oligarquia.  

Carlos Gama

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